quinta-feira, 22 de abril de 2010

FITO em Manaus – Sempre é bom voltar pra casa.


Olá pessoal.
Depois de subir e descer de avião seis vezes, fui e voltei de Manaus onde trabalhei na terceira edição do FITO – Festival Internacional de Teatro de Objetos. Estou pensando em cobrar meu cachê por decolagem e aterrissagem. (risos)
A viagem é (ou foi) muito cansativa, pelo menos com este roteiro de parar antes em Fortaleza e Belém.
Cheguei segunda-feira em casa e ainda estou com ressaca da viagem aqui sentado na sala no feriado da quarta-feira, enquanto a macarronada (com talharim) que sobrou do almoço feita por Léo esquenta no microondas. Vai ser meu jantar. Semana que vem vai ser toda de talharim. Mas isso já é uma outra estória!
Quando estava voltando, já bem pertinho de descer em Recife, fiquei pensando o que falar sobre o evento e o que eu poderia acrescentar do meu dia-a-dia no texto. Tá virando uma obsessão esta mistura de assuntos. Ou este Blog está virando “meu diário”?
Tinha até decidido colocar no titulo do texto: Sempre é bom voltar para casa. Mas troquei por: Desta vez foram as taças em vez do serrote.
Pois era o que estava sentindo naquele momento. É sempre bom voltar pra casa. O hotel era muito legal. O café da manhã era legal. A cama? Tive até pensamentos impróprios para menores de 18 anos quando estava deitado naquela cama macia com dois cobertores cheirosos e travesseiros fofinhos! Mas não posso dizer em quem pensava. Mas esta pessoa já sabe!
O que cortava o barato era olhar pro lado e ver (ouvir) Barraca (meu colega de profissão e parceiro de quarto) roncando, todo coberto e encolhido por causa do frio produzido pelo ar-condicionado.
Meu quarto aqui em Recife não chega nem perto daquele conforto do hotel, mas me senti muito melhor quando deitei na minha cama e dormi ouvindo o som do meu ventilador antigo que tentava esfriar o quarto. Tenho um ar-condicionado, mas não ligo todos os dias. Qualquer dia eu explico.
O FITO em Manaus, como eu já sabia, foi montado em um único ambiente, diferentemente do que ocorreu em Porto Alegre, e igual à primeira edição montada em Belo Horizonte.
O equipamento de som foi o mesmo de Porto Alegre e vai ser também assim em Belo Horizonte nos dias 6, 7, 8 e 9 de maio.
Lembram dos problemas nos canais da mesa digital M7CL?
Pois bem...

Ítalo, um dos proprietários da empresa Bizasom (o outro sócio é seu pai, Bizoca), numa paciência típica de “monges virgens tibetanos das montanhas geladas de algum lugar no fim do mundo”, abriu a mesa e deu uma geral nos micro-leds que estavam causando o mau funcionamento. Já estava perfeito pra mim, quando ele tentou ajeitar uma besteirinha... E 16 canais pararam! Os micro-leds são do tamanho de um pequeno grão de areia. Impressionante! Não tenho mais idade para manusear coisas deste tamanho!
Depois de um tempinho vendo onde poderia ser o problema, os dezesseis canais voltaram a funcionar. Já tinha passado tudo para meu pendrive, já pensando no aluguel de uma nova mesa, quando os canais voltaram. Tudo seguiu normal até que no último dia do evento, oito canais que só eu usava começaram a “farrapar”.
Acredito que depois do evento em BH (o equipamento já viajou direto de Manaus pra lá), esta mesa vai seguir para o galpão para uma manutenção geral.
FARRAPAR (Em Recife) = Falhar / Deixar de cumprir uma coisa que foi combinada.
O canal farrapou = O canal falhou.
André não veio pra festa. Ele farrapou. Deixou de fazer o combinado.

Falando em farrapar...
O coração do meu Amigo Pezão, que estava trabalhando na produção do evento, farrapou. O susto foi grande! O coração falhar já é ruim (muito ruim!), e você ainda estando nem sei quantos quilômetros longe de casa, coloca ruim nisso!
Ele já está aqui em Recife internado e deve colocar um marcapasso (marca-passo?). Foi transferido de Manaus numa UTI aérea e sei que vários Amigos se cotizaram para esta transferência, pois o plano de saúde farrapou. Sempre farrapam nas horas que mais precisamos! Sempre!
Não é a toa que lideram o ranking de reclamações do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), segundo pude conferir nesta reportagem:
http://www.osaogoncalo.com.br/site/geral/2010/3/31/10147/idec:+planos+de+sa%C3%BAde+lideram+reclama%C3%A7%C3%B5es+

Estas foram as últimas notícias que tive. Já vi no Blog dele que o irmão falou que não estavam autorizadas visitas, pois ele tem muitos amigos e com certeza aquele quarto iria virar um boteco com direito a tira-gosto!
Estou aqui na torcida, viu Pezão?
Depois de falar sobre Pezão aqui, fui lá em cima e modifiquei novamente o título do texto. Troquei o “Desta vez foram as taças em vez do serrote” pelo título inicial “Sempre é bom voltar pra casa”.
Como é bom voltar pra casa, não é Pé?
Depois de um susto deste, como poderia deixar que o som das taças de cristais fosse o tema principal, não é mesmo?

Mais uma vez não acertei no som dos cristais. Dos quatros dias de evento, só em um ficou legal. Usei vários tipos de microfones, misturei microfones condensers com dinâmicos. Cheguei a usar quatro microfones de uma vez só! Mas o que deu mais certo foram dois condensers KSM 109 da Shure, recém comprados pela Bizasom lá em Manaus mesmo.
Para quem quiser uma melhor explicação sobre microfones, achei isso aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Microfone
Já estou traumatizado com este som dos cristais que não consigo amplificar. Realmente, como até disse Barraca, sem uma proteção de acrílico para barrar os ruídos ao redor, fica muito difícil amplificar o som (baixíssimo) que sai daquelas taças. Eu não posso nem aproximar muito os microfones das taças porque atrapalha na movimentação dos braços e mãos do músico! E quanto mais afastado das taças, mais ganho tenho que dar nos microfones para poderem captar, e quanto mais ganho eu dou, mais ruídos são captados e mais cobrem o som dos cristais. Resumindo... O som que sai das taças é mais baixo do que o ruído ambiente!
E sem uma isolação destes cristais em relação a estes ruídos, acho impossível amplificar o som das taças. A única coisa que ainda não testei foram os microfones de contato, onde os ruídos externos não interferem, pois estes microfones captam as vibrações do instrumento. Mas o som destes microfones fica muito a desejar. Vou ver se consigo alguns destes microfones para testar colando-os na base onde ficam presas as taças. Se tiver algum colega operador de áudio lendo este texto e que já tenha passado por este problema das taças (em apresentações ao vivo), por favor, me fale o que foi feito, ok?
Ah! Nem falei que tirei todos os monitores de chão para diminuir os ruídos externos. Os três músicos usaram in-ears com fio. Mas mesmo assim, não fui feliz. Quando o percussionista batia no pandeiro ou no carron, o som vazava nos microfones das taças.
Falando em feliz... Meus amigos que torcem pelo Sport não estão felizes... Mas é assim mesmo, meus caros amigos, Copa do Brasil, só no próximo ano! (risos)
A operação do áudio do evento foi normal. Realmente é melhor quando todos ambientes estão no mesmo plano. O único problema é que não posso deixar a trilha no volume ideal para o ambiente porque interfere nas salas onde estão acontecendo as peças. O som tem que ficar muito baixo, e o locutor também. Vai explicar isso para a produção do evento, vai!
Sempre tinha gente da produção pedindo para aumentar o som da trilha e do locutor e sempre tinha amigos meus operadores que pediam (via rádio) para baixar porque estava atrapalhando nas salas deles. Fiquei neste ping-pong quase todo evento. Só no último dia, um dos sócios da produtora responsável pelo evento (e um dos que me pedia para aumentar o som) foi assistir a uma peça, e saiu no meio para me avisar que realmente o som ambiente atrapalhava e que eu poderia baixar o som. Espero que ele passe esta sua impressão para o restante da equipe que pede para aumentar. (risos) Soube que foi recorde de público das três edições. Acho que ele pode até está ficando pequeno para a quantidade de gente que vai! Eu dobraria o número de salas. Simples. (risos)
Tenho três viagens marcadas.
A primeira não é trabalho e vou fazer uma coisa que nunca fiz na minha vida, e pelo que sei, poucas pessoas fizeram. Vou segunda que vem e volto sexta. Podem morrer de curiosidade, pois só meus amigos mais chegados sabem.
A segunda é para Belo Horizonte, onde acontece a quarta edição do FITO. Devo viajar dia 3 e volto dia 10.
A terceira viagem é para Santo André em São Paulo. Show de Silvério Pessoa. Devo ir no dia 12 ou 13. O show é dia 14 no SESC Santo André.
Um abraç

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Lembrei de uma boa do FITO. Prometi pra ele que iria comentar.
Deixa ver se eu consigo resumir...
Estávamos com o palco armado para o show do Uakti, com todos os instrumentos do grupo no palco. E um dos integrantes de uma companhia que participa sempre do evento estava relaxadamente de bermuda sentado numa das cadeiras posicionadas para o show do Uakti. Falei para um dos produtores que visualmente não ficava muito legal aquele colega ficar sentado no meio do palco. Ele achou isso também e foi lá falar com o nosso colega de evento. Voltou para minha mesa e aguardamos a saída do colega. Como não houve reação nenhuma da parte do colega, meu amigo produtor (que sempre que pode, me consegue garrafas de vinho), me pediu para chamar por rádio o iluminador que não estava no momento no local porque não tinha nada de luz naquele momento. E eu perguntei por que ele queria o iluminador naquela hora. E ele falou: Você vai ver.
Chamei meu colega iluminador.
Quando ele chegou, o produtor falou: Enche este palco de luz! E o iluminador fez o que ele pediu. Nosso colega deu um pulo da cadeira e saiu mais rápido do palco do que coelho transando. Quando ele vinha em nossa direção para saber o porquê daquela luz toda, o produtor fingiu tá falando com iluminador: Isso. Coloca luz naqueles instrumentos, isso, verde fica legal, quero mostrar os instrumentos exóticos feitos de canos de PVC. Legal, este vermelho ficou ótimo, muito bom... (risos)
Aprenderam como se tira uma pessoa indesejada do palco sem falar nada?
Achei muito legal a técnica.
Agora vou dormir. Não vou ver filme hoje no laptop. Vi um belo filme ontem. As Pontes de Madison. É de amor, viu? Não pensem que não vejo filmes deste tipo. Já viram O Paciente Inglês? Aconselho também.
Chorei nos dois. E os vinte minutos de As Pontes de Madison são belos.
Muitas pessoas estão na dúvida de puxar a maçaneta da porta do carro! Mas vocês só saberão do que estou falando vendo o filme!
Acho que vou dormir de ar-condicionado hoje. Vou ver se o quarto está com o clima quente parecido com o de Manaus. Tenho que comprar meus vinhos Travessia, tenho que marcar uma consulta para ver umas dores de cabeça que estou tendo, tenho que ver se consigo almoçar ou fazer alguma coisa com meu Filho. Tenho que comprar meu queijo parmesão Faixa Azul. Tenho que fazer as contas para ver o que vou pagar agora e o que vou deixar para depois. Tenho que ver se consigo ver Pezão. Tenho que fazer tantas coisas. Mas tou em casa. Como é bom está em casa. Como é bom voltar pra casa.
Não é, Emily?
Agora sim...
Um abraço a todos.

5 comentários:

Kaline disse...

Nossa Titio,
Morri de rir, já tinha ouvido falar sobre os textos e fiquei muito curiosa.(tendo em vista o pouco ou quase nenhum contato que tivemos).
Logo quando voltei a Roraima dei uma olhadinha pra verificar se voce tinha postado algo.
Como não achei nada resolvi "te dar um tempo".
Imagina aí a minha curiosidade aguçada quando abri meu email e tinha o seu falando da postagem!
Gostei muito...
Achei até pedagógica a tecnica de retirada de palco...
Rs.

Abraços macuxis.

Kaline.

Unknown disse...

Oiii, adorei seu blog, Parabéns =)
Mas deixa eu aproveitar pra contar algo que aconteceu comigo e 2 amigas......rsrsrsrs......nós fomos prestigiar o evento (FITO) aqui em Manaus no sábado (17), enquanto assistiamos o desfile dos objetos gigantes vimos um rapaz muito bonito chamado Ítalo que estava arrumando algumas fiações próximo ao palco e resolvemos pedir pra tirar uma foto com ele, que por sinal foi muito gentil em tirar uma foto conosco numa boa, foto essa que foi tirada em um aparelho celular. Ficamos super felizes de te-lo conhecido e tirado a foto, mas como alegria de pobre dura pouco, quando voltavamos pra casa fomos assaltadas e as fotos foram no celular que os assaltantes levaram......kkkkkkkkkkk.......fazer o que né agora é só lamentar....rssrssrss......bjussss

Titio disse...

Oi Kaline. Que bom que você gostou. Se está fazendo alguém rir, já está servindo para algo, não é? Está divertindo, e eu me divirto ao escrever. Como já falei para muita gente, o chato é a obrigação de escrever. Sempre tem amigos e conhecidos perguntando: E aí? Ainda não escreveu sobre tal evento? Vai escrever não?
Mas, fora isso, estou gostando muito do Blog.
Olá Elijane.
Legal saber que tem gente de tão longe adorando este meu espaço.
Sinto muito pelo roubo do seu celular.
Ítalo até me falou, todo orgulhoso, que tinham pedido para tirar fotos com ele. Só discordo de você da frase "um rapaz muito bonito". (risos)
Não se lamente, você vai ter outra chance de tirar foto com ele (não vejo graça nisso, mas...), pois voltaremos à Manaus em agosto ou setembro (se eu não me engano) com o SESI Bonecos.
Só lembrando que o "rapaz muito bonito" é casado!
Abraço macuxi (?) para Kaline.
Beijo para Elijane.
Obrigado por participarem.

Titio disse...

Oi Kaline.
Esqueci de perguntar!
Onde você ouviu falar do meu Blog?
Um abraço.

Kaline disse...

Bem o blog foi comentado nos bastidores do fITO e tbm no apt 106 do hotel Confort.
E macuxi é uma etnia indigena aqui de Roraima e como costumam chamar quem nasci aqui. Como os "manezinhos" de Floripa, entende?
Beijos dessa Macuxi.