segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rapidinha 55 – Nunca uma cena de um show anterior se encaixou tão bem!

Acho um absurdo falar de um trabalho meu em um show de Alceu Valença aqui no “Rapidinha”, mas nem fotos eu tenho deste trabalho. Inclusive ainda tenho que comentar sobre o show de Silvério Pessoa no SESC Santo André. Como o convite para fazer o monitor de Alceu foi feito na quinta-feira e o show já seria no sábado, não tive tempo para confiscar a máquina fotográfica que está com meu Filho! Fui sem máquina mesmo. O show foi na cidade de Bonito, interior de Pernambuco. Meu amigo Rogério fez o som do PA. Não vou me estender muito aqui neste texto, pelo menos tentarei! Enquanto seguíamos de microônibus para a cidade que fica a uns 104 km de Recife, fui conversando com Rogério para saber qual seria o formato do show. Depois que ele me falou a formação da banda, que dependendo do show é modificada, vi que era o mesmo show que eu tinha feito o monitor em São José da Coroa Grande. Abri meu laptop e a sessão do show estava lá guardadinha na minha pasta de “sessões de shows”. Perguntei se teria algum problema para ele se eu usasse esta “cena”. Ele disse que não, que qualquer mudança que houvesse na hora lá no palco a gente jogava o novo canal para frente, não prejudicando a cena já montada. E foi isso que fizemos. Logo que chegamos ao local fui conectar meu laptop com a mesa de som do palco. O técnico da empresa me falou que ainda ninguém havia conseguido fazer isso com aquela mesa. Sempre dava problema. Olhei a mesa como o vaqueiro olha o touro bravo num rodeio. Tentei a primeira vez, caí. A segunda, caí de novo. Estava tudo certo no meu procedimento, já estava desistindo e partindo para transformar aquela sessão que eu tinha no laptop num arquivo que eu poderia passar para um pendrive e depois passaria para dentro da mesa pela porta USB. Estava achando que o problema era na saída de rede da mesa. É muito difícil (chega a ser impossível) eu não conseguir fazer esta conexão via rede com as mesas da Yamaha. Já sei o caminho certinho. Ou é a saída de rede da mesa que está com defeito ou é meu cabo que quebrou internamente. Ando até com um cabo reserva para este caso. Foi aí que o técnico, ao me ver colocando novamente a senha dele numa opção no meu programa do laptop, falou que a senha era em letras maiúsculas! Hummm. Pode ser isso. E era! Ao digitar a senha em letras maiúsculas, o sincronismo aconteceu perfeitamente. Na realidade, eu já tinha conseguido sincronizar o laptop com a mesa. O problema era que eu não conseguia passar minha sessão para dentro dela. Dava erro e travava. Inclusive aparecia que o erro era na senha do administrador, mas eu achava que estava digitando certo a senha. E estava. Só não sabia que as letras da senha eram maiúsculas! Então vai aqui minha dica aos colegas do ramo. Em alguns casos, a sincronia não acontece porque você tem que colocar a senha do administrador no Studio Manager na hora que está fazendo esta conexão. Se eu não me engano, já comentei sobre esta senha num texto que falo sobre como usar o Studio Manager com as mesas da Yamaha. Procurem aqui no Blog por este texto. O local no Studio Manager onde temos esta opção para colocarmos a senha do administrador é em FILE > SYSTEM SETUP. Touro dominado, passei minha sessão para dentro da mesa. Pedi para o técnico ligar as vias de monitor de acordo com minha sessão. Sem ele fazer isso, não adianta nada, ok? A via 1 tinha que ser Alceu, 2 baixo, 3 guitarra, 4 teclado, 5 percussão e 6 bateria. Uso sempre esta formação no monitor. Acostumei-me e não preciso anotar na mesa. Feito isso, fui dar uma alinhada nos monitores, porque o show em São José da Coroa Grande foi feito com outra empresa de som, e logicamente eram outros monitores. Para minha surpresa, a diferença não estava grande. Alinhei todos rapidamente. Pedi para meu colega da empresa de som bater no bumbo da bateria e ele soou já satisfatoriamente, mesmo sendo outro microfone. Que maravilha! (Frase muito usada por um cantor amigo meu). Rogério apareceu no palco e tocou a bateria “valendo”. Ele é baterista. Estava muito bom no palco. A banda chegou e passamos os monitores sem maiores problemas. Os instrumentos já estavam devidamente endereçados. Fiz pequenos ajustes nos ganhos de alguns canais, mas foram pouquíssimos! Com a banda estava tudo certo. Só restava agradar o cantor. Ele nunca vem passar som. Chega na hora do show, entra, canta e vai embora. Foram raríssimas as vezes que ainda o encontrei no camarim após o show. Sound check concluído. Seguimos para o hotel. Daria até tempo de dar um cochilo. Mas não consegui. Fiquei rolando na cama... Pensava em tudo. Contas para pagar, para receber. O que poderia ajustar ainda no monitor, etc, etc, etc. O show começou. Estava perfeito (pelo menos pra mim!). Só faltava ouvir agora com Alceu cantando. Tudo certo. Ninguém da banda pediu nada nas primeiras músicas. Alceu também não. Dino, o produtor de Alceu, ficou ao meu lado na mesa de monitor nas duas primeiras músicas, pois é o primeiro lugar que Alceu olha quando não está tudo bem. Acontece exatamente isso também com Jorge de Altinho. Como ele não olhou nenhuma vez, ele relaxou (eu também) e saiu, não voltando mais. O show seguiu assim até o final. Sem problemas. Só alguns ajustes normais que acontecem durante o show. Para não dizer que não mudei nada no monitor de Alceu, durante o show coloquei o bumbo, a caixa e o chimbal da bateria na via dele, mas sem ele me pedir. Coloquei por conta própria, pois não tinha nada disso lá e eu achei que poderia ajudá-lo. O som no palco estava muito confortável e pesado. Alceu Valença ainda olhou duas vezes para mim durante o show e falou nas duas vezes a mesma coisa: --- Tá legal, tá legal. Trabalho cumprido! PS: Seguindo o conselho da minha amiga de infância Maria do Carmo (Cacau)... Se a gente não se valoriza, quem vai nos valorizar?

2 comentários:

Janja disse...

Você diz: "a gente não se valoriza, quem vai nos valorizar?"
No seu caso, eu valorizo!

Titio disse...

Oi Janja.
Idem.
Um abraço.