Olá
pessoal.
Teve
uma coisa que aconteceu comigo no último trabalho em São Paulo que eu gostaria de
comentar aqui.
Gosto
muito de azeite, bem mais do que antigamente.
Este
gosto foi aumentando com o passar dos anos.
Hoje
é uma “substância” que não pode faltar aqui em casa.
No
dia em que achamos (eu e Roberto Riegert) a polenta numa churrascaria/pizzaria
perto do hotel em São Paulo, enquanto degustávamos as iguarias (polenta com frango à
passarinho) e bebíamos nosso vinho, solicitei ao garçom uma garrafa de azeite.
Ao
colocar o líquido no prato, já notei um amarelo desbotado que não é comum aos
azeites, que tem um amarelo bem mais forte.
Experimentei
e senti o gosto de óleo.
Chamei
o garçom e solicitei outra garrafa de azeite, e ele pegou outra maior que
estava no balcão do “self-service”.
Era
da mesma marca e não era conta-gotas, ou seja, o bico também era bem aberto, o que
facilitava a falsificação.
Experimentei
e tinha o mesmo gosto de óleo da garrafa anterior.
Desisti.
Para
economizar, alguns bares e restaurantes (safados) misturam o azeite com óleo de
cozinha para render mais!
A
comida deste restaurante em questão aqui era até boa. Gostamos muito dos
petiscos e do almoço, mas o azeite era falsificado.
E
o que isso tem a ver com colírio?
Neste dia, lembrei
na hora de um grande Amigo meu que faleceu precocemente num acidente de moto há uns
dez anos.
Ele
adorava azeite também, bem mais do que eu atualmente.
E
já naquela época existia esta malandragem de misturar o azeite com óleo.
Não
é de hoje que a desonestidade faz parte do ser humano, não é verdade?
Pois
bem... Para evitar esta “desilusão gastronômica”, Nando andava com seu azeite quando ia a bares e restaurantes.
Como
ele fazia?
Andava
com um tubinho de colírio cheio de azeite!
Depois desta polenta com óleo, resolvi fazer a mesma coisa que ele fazia, e já lavei um tubo de colírio vencido que eu tinha aqui na geladeira.
Já tirei o rótulo para não atrapalhar. (risos).
Falando
em Nando...
Ele
sempre me surpreendia.
Era
um Amigo 100% sentimento.
De
chegar num dia de semana qualquer na portaria do meu prédio, me avisando que
estava me trazendo um pedaço do bolo de fubá que a mãe dele tinha feito e que ele
sabia que eu adorava!
Quando
o conheci, ele só tinha a mãe e uma irmã adotiva que morava no exterior.
A
única irmã de sangue morreu nos seus braços quando saíam de um hospital
onde ela estava internada.
Pois
é... Ela recebeu alta e morreu na saída do hospital.
Não me recordo qual foi a causa.
Não me recordo qual foi a causa.
Algum
tempo depois da morte da sua mãe, ele me liga num dia qualquer.
Estava
triste e falava que estava se sentindo só.
Não
tinha mais pai, nem irmã e nem mãe agora.
Não
tinha mais família, ele falou.
Achava
que a vida estava quase sem sentido para ele.
Mas
ele estava começando um casamento.
Então
falei:
---
Faz um filho! Começa outra família.
Ele
falou:
---
Será?
Eu
já era pai e sabia o que a chegada de um filho era capaz de fazer numa vida.
Falamos mais algumas besteiras, despedimo-nos
e não tocamos mais no assunto durante um bom tempo, até ele me ligar num outro
dia qualquer.
Quando
atendi ao telefone, Nando falou:
---
Titio? Estou indo fazer o menino, viu?
E
fez mesmo.
Só
que foi uma menina!
Luíza.
Mas
ele morreu antes de conhecê-la.
Mas
aconteceu exatamente do jeito que contei.
Fica
aqui minha homenagem a este grande Amigo que ainda faz parte da minha vida,
mesmo não trazendo mais o bolo de fubá.
Um abraço a todos.
2 comentários:
Titio, o pai de Nando morreu 6 meses depois que a irmã dele morreu(dengue hemorrágica).
Uma noite Nando chegou em casa e viu o pai na sala de tv, pensando que ele estava dormindo, infelizmente ele tinha sofrido um infarto.
Meire.
Oi Meire.
É... O "enredo do filme" foi mais pesado do que eu imaginava.
Ninguém merece um enredo assim, não é?
Obrigado pela informação e por ter participado do Blog.
Um abraço.
Postar um comentário