quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Show “voz e violão” + palestra de Silvério Pessoa na Celpe – Até que enfim fiz um “voz e violão”!

Olá pessoal.

Tenho um amigo aqui em Recife que trabalhou um bom tempo operando o monitor de Lenine. Este mesmo amigo é proprietário de uma empresa de som e de vez em quando presto serviços para esta empresa como free-lancer. Uma vez ele me falou que foi fazer um show de Lenine só voz e violão no carnaval numa casa em Olinda. O local era muito pequeno e só havia uma pequena mesa para fazer o som, mas foram os dois técnicos (P.A. e monitor). Falei pra ele que nunca tinha conseguido uma molezinha dessas. Inclusive a empresa dele nunca me contratou para tal serviço, muito pelo contrário, quando ele me chama é porque geralmente a coisa é complicada. O Festival Philips que o diga, não é Rogério?

Pois bem... Por causa deste show de Lenine, toda vez que Rogério me contrata para fazer um evento pela firma dele e este evento é muito complicado, no final eu falo pra ele: --- Quando tiver um “voz e violão” me chama também viu? Não me chama só pra estes eventos complicados não, ok? (risos)

Depois de anos de espera, este dia chegou!

Já tinha ido ao local da palestra-show para ver o que tinha de equipamento. Era um auditório. A sonorização era feita por 4 caixinhas amplificadas. Só que estas caixas estavam apontadas do fundo em direção ao palco. Duas no fundo e as outras duas no meio do auditório. Quando perguntei o porquê dessa posição, o responsável me falou que dava muita microfonia quando as caixas ficavam perto do palco! Ainda bem que essa moda não chegou aos grandes shows!

Fui no mezanino aonde ficava a “house mix” ver o resto do equipamento. Uma pequena mesa de 14 canais (10 monos e 2 estéreos), se eu não me engano. Como não iria precisar de muitos canais, a quantidade que tinha lá estava de bom tamanho. Não tinha nenhum processador de efeito (reverb), mas eu sabia que poderia usar o meu laptop com minha placa de áudio para fazer isso. Fiquei sabendo também que eles não tinham monitores de chão para se colocar no palco. Também não fiquei muito preocupado, pois pensei no in-ear sem fio que Silvério possui. Detalhe das quatro caixinhas de som (duas no fundo e duas no meio) posicionadas ao contrário do que normalmente se usa. A mesa, de tão simples, não tinha nem “mute” nos canais (para os leigos, botão que corta o som do canal quando apertado). Muito útil em shows, pois quando temos certeza que não vai ter som naquele canal em determinada música, nós fechamos o canal. Isso deixa o som geral mais limpo e é menos uma fonte sonora aberta que pode realimentar, fazendo com que o som “apite”. Nesta mesa eu teria que baixar o fader para cortar o som.

Quando você já opera o som do artista há muito tempo, você já sabe quais canais fechar de acordo com a música que vai ser tocada.

Lá de cima se controlava tudo. Som, luz ambiente, vídeo, projeção. Tudo bem organizadinho. Do jeito que eu gosto. Simples, mas tudo no lugar. Daria para usar o laptop para as projeções que Silvério havia planejado. Tinha ponto de sinal VGA tanto lá embaixo quanto na “house mix”. E tinha DVD player se quisesse passar algum DVD. Tinha até toca-fita k7! Visão geral dos equipamentos na "sala de controle".

Vi com isso que não precisava levar muita coisa pra fazer a palestra-show. Combinei com Silvério para levar apenas o in-ear sem-fio, o microfone pessoal, pois os dois sem-fio de lá não eram aconselháveis, um Direct Box para ligar o violão, e alguns cabos. Marcamos para chegar no dia do evento de 9 horas da manhã para ligar tudo e fazer os testes que queríamos. A apresentação só começaria às 15:30h.

Quando cheguei ao auditório, Silvério já estava lá conversando com os organizadores do evento. Antes dele, ainda iria ter duas apresentações no mini-palco. Uma pequena orquestra e uma pequena peça de teatro com 3 atores. Ficamos vendo uma maneira de deixar as coisas já montadas e ligadas num canto para não ter que religar tudo de novo depois. Silvério levou uma caixa amplificada de marca AER que Renatinho, músico amigo nosso, tinha comprado este ano na Europa quando estava com a Spok Frevo Orquestra. Me perguntou se daria para usar esta caixa como monitor de chão, pois seria inconveniente usar o in-ear por ser uma apresentação bem informal, com bate-papo e interação com o público. Já tinha visto a caixa no Recife Jazz, aonde trabalhei, pois Renatinho usou-a no palco quando tocou com Bráulio Araújo. Mas não sabia que ela tinha duas entradas distintas, uma para microfone e outra para violão. Interessante. Como os dois canais tinham controles independentes de volume, daria tranquilamente para usar no palco como monitor. A caixa possuía uma saída balanceada que usamos para mandar o sinal já mixado da voz e violão para a mesa de som. Ainda tinha um equalizador grave-médio-agudo e a melhor das surpresas... Um processador de efeitos! Decidimos assim dispensar o in-ear e usar esta caixinha espetacular que tinha som de monitor grande. A danada ainda tem várias outras funções, mas não vou entrar em detalhes. Quem quiser saber mais desta caixinha, é só ir neste link: < http://www.aer-amps.de/Sites/sites_ENG/productpages/compactclassic.htm >, mas aviso logo que o precinho não é nada convidativo. Caixa AER usada como monitor. Pequena só no tamanho!

O único problema é que eu não tinha os dois sinais separados. Era um sinal só com a voz e o violão juntos que ia para a mesa de som. A regulagem dos volumes foi feita por Silvério e estava confortável pra ele. Abri o canal no som do auditório e fomos ajustando. Eu tinha decidido não mexer na equalização geral do sistema do auditório, pois sei como funcionam estas repartições, e não queria que ninguém viesse falar que o som que eles passaram anos ajustando (e que acham uma maravilha), ficou esculhambado depois que o operador de Silvério Pessoa colocou as mãos. Ajustei tudo nos controles da mesa e da caixa no palco. Para não falar que não toquei no equalizador gráfico do geral, pedi apenas para o técnico local dar uma aumentadinha nas altas por achar tudo meio abafadinho. Mas só foi isso. Era só ele voltar os dois botões para o lugar que ele sempre usa.

Em alguns pontos, o violão soava um pouco mais alto que a voz, mas como era só em alguns pontos, não mudamos de idéia, e usamos deste jeito. O único porém que achei na caixa, é que a equalização afeta os dois canais. E nem vou falar que poderia ter duas saídas independentes, pois aí já é pedir muito!

Estava combinado que Silvério usaria seu MAC para rodar um projeto de Power Point que ele havia feito para a palestra, mas o laptop dele não tem saída VGA e foi descartado. Acabei usando o meu laptop PC para fazer isso lá de cima, pois ele possui a saída VGA, e combinamos também aproveitar esta chance para passar um slide com fotos de shows na Europa e no Brasil enquanto Silvério cantava. Deu tudo certo. Fica muito legal esta união do som com as imagens dos shows e lugares do Brasil e do mundo por onde ele passou (e eu também desde 2004) para quem está vendo o show. Nem disse a ele, mas me emocionei no começo escutando Nas Terras da Gente, enquanto as imagens dos shows e das paisagens iam passando. Muito chão (e ar) percorremos nestes anos...

Só não deu tempo para passar um vídeo clipe de uma música dele no final, pois o bate-papo se estendeu, mostrando que a interação estava feita.

Estou até dando uma estudada em softwares para usar o meu laptop nas projeções de vídeos e fotos em apresentações mais simples de Silvério Pessoa, como foi o caso desta palestra, ou como é o caso do Show Portátil, que às vezes não dá pra levar a equipe técnica completa.

Já faz um bom tempo que comento com amigos e até com meu filho uma opinião que tenho: --- Diversifique seu aprendizado, pois em algum momento, esta diversidade vai fazer a diferença.

Um abraço a todos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu só pego "festival de rock"! :(
São 4, 5, 6 bandas no mesmo dia, às vezes tem até banda de pagode, axé, gospel no meio! Eu também queria uma boquinha dessas! :D
abraços Titio!

Unidas na Arte disse...

Oi,eu leio os seus relatos,não sou muito de comentar mas saiba que gosto muito.

Titio disse...

Oi Felipe.
Calma...
Sua hora vai chegar!
Um Abraço.

Olá William.
Obrigado pelas palavras.
Como você chegou até o meu Blog?
Você trabalha com áudio também?
Um abraço.