quarta-feira, 30 de maio de 2012

Show de Luciano Brayner (e Treminhão) – Nem sempre o mais sofisticado (ou mais caro) é a melhor opção.


Olá pessoal.
Acho que este texto vai ser o mais rápido de todos que fiz falando sobre os meus trabalhos.
Só tenho duas fotos deste trabalho e foram tiradas no final do show.
Este aconteceu no mesmo local do trabalho anterior que eu fiz com Zeh Rocha, ou seja, no teatro do Parque Dona Lindu. E isso foi exatamente no outro dia.
Não tinha muita ideia do que iria encontrar.
Fui convidado por Ricardo Fraga, baterista de Silvério Pessoa, que além de tocar com muita gente, possui uma banda instrumental chamada Treminhão.
Ele me falou por alto que seria um show do cantor Luciano Brayner onde os três integrantes da banda Treminhão iriam participar.
O problema é que teve muito mais gente para participar, e faltou canal na mesa de monitor.
Por causa disso, vários canais serviram para vários instrumentos. Imaginaram?
Eu até tinha mais canais lá na frente, mas no palco eram apenas 32, e a gente teve que se virar com isso.
Foram três baixos distintos no mesmo canal. A solução que encontrei para amenizar o problema foi duplicar o canal na mesa digital para poder fazer equalizações e ganhos diferentes, pois o som do baixo (tipo) acústico era bem diferente dos outros dois baixos elétricos.
Como o ganho era o mesmo nos dois canais, eu modificava o volume do canal duplicado no atenuador que tem no equalizador do canal.
Não foi preciso fazer duas cópias do canal do baixo, uma só resolveu. Poderia também fazer cenas para cada música, mas eu não tinha tempo sobrando para isso, e nem conhecia o repertório.
Aí teve hora no show que o canal da flauta, do sax e do trompete virou tudo trombone, e eu fui me adaptando na frente.
Não reajustei a equalização na hora dos trombones, tinha certeza que apenas com volume daria para fazer mudança, e ninguém ali iria notar que eram os mesmos microfones para instrumentos diferentes.
Lembrei agora que foram dois shows. Primeiro foi a banda Treminhão, e depois foi o show de Luciano Brayner. Na hora de Treminhão não tive trabalho nenhum, pois eram os mesmos instrumentos que seriam tocados na hora de Luciano. E eram poucos. Bateria, sampler, baixo, guitarra e viola.
No show de Luciano Brayner, além de vários outros instrumentos, tinha um violino e um violoncelo, e os dois não tinham captador. Resolvi então usar dois microfones condensadores para fazer a captação dos instrumentos.
Além destes, tinha também um oboé (ou teria sido um clarinete?), e neste eu coloquei um C414 da AKG que era do teatro. Gosto muito deste microfone porque ele serve para captar qualquer instrumento satisfatoriamente. Esta é uma opinião minha. Usei muito este microfone no estúdio de jingles.
E aqui ele serviu também.
Meu problema foi no violino e no violoncelo.



Os microfones por serem muito sensíveis e por eu precisar de um ganho razoável para conseguir captar o som dos instrumentos que não são fortes, estavam captando todo o som do palco e até o som do PA.
Para o som do violino e do violoncelo aparecer no meio de todos aqueles instrumentos que estavam tocando ao mesmo tempo no palco, eu tive que aumentar muito o fader e isso me deixou no limite da microfonia.
Foi quando um colega músico me perguntou se não seria melhor colocar microfones “mais duros” (dinâmicos) para fazer o serviço de captação do violino e violoncelo.
Na hora não achei uma boa ideia porque já haviam passado o som no palco com os microfones “mais sofisticados”, mas poderia dar certo mesmo, e resolvemos trocar os dois microfones por dois SM57 da Shure.
Este SM57 é muito versátil também e muito utilizado nos shows.
Só teríamos que aproximar mais dos instrumentos porque por ele não ser condensador, é muito menos sensível.
Achei na internet um texto explicativo legal sobre microfones. O nome do site é MUSICAUDIO. Neste texto vocês poderão ver as diferenças entre os microfones existentes no mercado, e entre eles estão os dinâmicos e condensadores.
É só clicar AQUI.
Pois bem... Realmente com os dois SM57 ficou mais fácil captar e mixar os dois instrumentos (violino e violoncelo). Não ficou perfeito, pois para ficar perfeito teríamos que usar um isolamento entre os instrumentos que estavam no palco para uma melhor captação, mas aí já é uma outra conversa.
Mais uma vez pude comprovar que nem sempre o mais caro é a melhor opção.
Já fiz um FITO em Curitiba e sigo terça-feira que vem para Belo Horizonte para mais um FITO.
Como estes trabalhos são basicamente iguais aos que já fiz anteriormente, nem sei se escrevo sobre eles. Vou ver.
Em junho vou fazer poucos trabalhos porque realmente decidi paralisar em protesto contra a forma de pagamento (demoraaaaaaaaaada) das prefeituras (Recife, Olinda, Caruaru, etc, etc) e do governo (FUNDARPE, EMPETUR, etc, etc).
No dia 25/05/2012 recebi um cachê de um show que fiz no carnaval (20/02/2012). Somente três meses esperando.
Como a maioria dos trabalhos dos artistas e firmas de som que aparecem neste mês são contratados por estes órgãos citados acima, não devo fazer quase nenhum trabalho.
Lá vou eu pedir empréstimo novamente para minha ex-cunhada...
Mas sempre pago, viu?
Um abraço a todos.

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