quarta-feira, 2 de maio de 2012

Só para esclarecer.




Olá pessoal.
Recebi alguns telefonemas de amigos querendo me explicar o motivo pela “não-adesão” ao movimento denominado Paralisação de Advertência, que tem por finalidade mostrar o descontentamento ao processo de pagamento dos cachês pela Prefeitura de Recife/Olinda e Governo (FUNDARPE).
Gostaria de explicar algumas coisas.
Antes do movimento chegar ao Facebook, já era minha intenção evitar fazer trabalhos para artistas ou empresas contratadas pelas duas Prefeituras e pela FUNDARPE.
Já faz um bom tempo que não me sinto confortável com este prazo para os pagamentos dos cachês. Nem tenho tanta coisa assim para receber, só três shows pelo Governo, sendo dois no carnaval(!) e um que aconteceu recentemente no dia 14 de Abril em Sertânia.
Dois destes shows foram com Silvério Pessoa e um com Mônica Feijó.
Fui cansando mesmo em esperar tanto tempo para receber.
Se eu fosse depender de shows contratados pelas Prefeituras ou Governo, eu já estaria morto e enterrado!
Nunca dependi disso, principalmente porque os eventos que sempre fiz com artistas ou empresas são nas datas festivas, e ninguém consegue sobreviver trabalhando só no carnaval, São João, Natal... Não acham?
Pois bem...
Por causa deste meu cansaço pela espera do pagamento destes trabalhos esporádicos, resolvi tomar uma atitude. E iria ser uma atitude solitária, uma atitude profissional. Apenas iria informar ao artista que normalmente opero o som em shows ao vivo e as empresas que normalmente faço alguns trabalhos, que eu não estava mais interessado em fazer estes trabalhos pagos pela Prefeitura e/ou Governo.
Lembrando que antes disso, deixei de fazer por uma empresa de som O Baile do Menino Deus porque a prefeitura entrou no meio da produção do evento e o mesmo problema nos pagamentos começou a acontecer.
Meu descontentamento como pode ver, não é com nenhum artista ou empresa de som. É com quem está pagando estes artistas e as empresas de som.
E como nunca as Prefeituras e o Governo se pronunciaram para falar que o problema está com os artistas ou as empresas de som, concluo que o problema é com as Prefeituras e Governo (FUNDARPE).
E foi por ver tanta gente do ramo (técnicos, músicos e artistas) reclamando veementemente sobre o mesmo problema, que resolvi tornar público este movimento (que era pra ser só meu).
Não esperava nenhuma adesão, nenhuma passeata, nenhuma reunião, nenhum reconhecimento, não esperava nada. Não sou líder de nada, só de mim mesmo.
Só dei a chance para quem estava também insatisfeito (e sei que são muitos!) de se manifestar.
Enviei uns 200 convites para pessoas da minha lista de amigos do Facebook que tinham alguma relação com o caso. E vejo atualmente na página do evento que tem mais de 800 convites enviados. Minha lista de amigos está em 375, ou seja, muita gente insatisfeita mandou convites para muita gente que elas achavam que estavam também insatisfeitas.
Teve gente ligando para mim para marcar reunião com o pessoal da Prefeitura, para fazer passeata até a Prefeitura e FUNDARPE, para contratar carro de som, faixas, etc.
E sempre falei que minha intenção com este movimento não tinha nada a ver com isso. Que eu até apoiava se alguém quisesse fazer, mas eu ir atrás disso, falei que NÃO.
Convidei poucos artistas para o movimento, e tenho meus motivos para isso. Eles devem ter os motivos deles para continuarem fazendo os trabalhos para receber com 60, 90 dias ou até mais. Respeito.
A segunda e última intenção de tornar público este movimento, foi para mostrar para muitas pessoas do ramo que reclamaram, que ainda reclamam, e que continuarão a reclamar do problema, que o “buraco é mais embaixo”!
Falar não é o problema, é até fácil, principalmente pelas costas.
Difícil mesmo é agir!
A grande maioria das pessoas que eu conheço insatisfeitas com o problema até concordam com a reivindicação, mas pouquíssimas vão ter a coragem para agir, e eu já sabia disso.
E eu sempre soube que seria assim, pois se fosse fácil, este problema já tinha sido resolvido.
Só para completar e finalizar...
Todos os motivos dados para não fazer a Paralisação foram os mesmos!
1-      Nem todos vão fazer.
2-      Uma andorinha só não faz verão.
3-      Se eu não fizer o trabalho, vai outro no meu lugar e faz. E eu nunca mais faço.
4-      Tou precisando trabalhar.
5-      Vou me indispor com o artista ou empresa de som e eles não me chamam mais.
6-      Sou amigo do artista ou do dono da empresa de som, não tenho como dizer não.

Eu me encaixo em todos estes 6 itens acima. Todos! Tenho todos os motivos acima para não fazer a paralisação.
Mas resolvi mesmo assim tomar esta atitude. É um pensamento só meu, profissional.
Não espero que ninguém faça o mesmo. E nem precisam me ligar ou mandar mensagens explicando nada. Lutem por suas profissões como eu luto pela minha, pois sobrevivo desta profissão.
Ninguém chegou para falar: Eu simplesmente não acho nada de anormal na forma como recebemos estes cachês dos trabalhos feitos para artistas e empresas contratadas pela Prefeitura e/ou Governo.
Se acham que está tudo certo, não tem motivo pra reivindicar ou paralisar, não é mesmo?
Na minha profissão não está. Nem existia como profissão até um dia desses, sabiam?
Fui uma vez no SEBRAE na intenção de me tornar um Empreendedor Individual. Poder passar nota fiscal. Ter CNPJ. Dancei! Minha profissão não existia na relação deles! A que chegava mais perto era músico ou produtor musical.
Atualmente, depois de um simples abaixo assinado organizado numa comunidade (GIGPLACE) criada pelo técnico de monitor de Ivete Sangalo da qual participo, quem quiser ter CNPJ como TÉCNICO DE SOM e ILUMINADOR, pode ir lá no MEI (Micro Empreendedor Individual) que as profissões estão na lista!!!! Elas existem agora!
Conheci há um tempo atrás uma pessoa chamada Laurimar. Já falei dela no meu Blog.
Ela luta incansavelmente para dar mais condições de vida para várias pessoas. Ajudo-a quando posso, e nunca vou me comparar com o que ela faz. Eu simplesmente não faço quase nada.
Mas uma frase que ela falou sobre esta tentativa de ajudar as pessoas numa reportagem me marcou até hoje. O repórter tinha perguntado se ela não achava que aquilo que ela estava fazendo era “uma gota no oceano”.
E ela respondeu:
Acredito que podemos fazer um oceano com milhares de gotinhas!
Sou um sonhador como ela.
Um abraço a todos.

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