Olá
pessoal.
Depois
de passar a manhã tentando fazer minha carne ao forno com batatas, com vários
tipos de experimentos, resolvi atualizar o Blog.
Alguns
imprevistos aconteceram no preparo da comida, que eu já estava achando que
seria uma catástrofe, mas ficou muito boa a danada da carne!
Meu
Filho já tinha feito um feijão (sem qualquer tipo de carne) e um arroz integral
(com todo tipo de verduras!).
Ele
é vegetariano. Puxou ao pai. Só que no sentido oposto.
Pelo
que pude notar na quantidade de carne, arroz e feijão, não vou ter problemas
com o almoço durante uns cinco dias.
Economia
meu caro... Economia. Das quatro lâmpadas da sala, desativei duas.
Mudando
algumas atitudes para me adaptar aos tempos atuais, que só está normal para
alguns “torcedores” políticos.
Passo
a semana toda almoçando a mesma coisa.
Não tenho problema nenhum com isso.
Quem
já passou um ano da vida almoçando muitas vezes coxinha com Guaraná Antarctica,
vendidos na frente do colégio que ficava ao lado de um quarto alugado numa
casa no bairro de Boa Viagem, não poderia ter muita frescura com alimentação.
O
jantar, quando tinha, normalmente era bolacha “cream cracker” com goiabada!
Minha
geladeira era o guarda-roupa embutido do quarto.
Foi
neste ano que entendi o significado de “apertar o cinto” quando se sentia fome.
Dormi
várias noites de bruços com o estômago pressionado por uma bola feita com o
lençol.
A dor no estômago vazio passa mesmo!

Mas
vamos ao passeio por São Paulo.
Fazia
tanto tempo que eu não trabalhava com uma DM2000 da Yamaha, que selecionei o
canal e fui procurar o botão responsável pelo ganho digital na mesa.
Esqueci
que os ganhos nesta mesa são analógicos!
 |
Ganhos analógicos DM2000. |
Não
vou negar que me senti um pouco desconfortável e lento no manuseio da mesa nos
primeiros 30 minutos de “conversa” com ela.
Fiquei
um pouco sem saber por onde começar...
Mas
depois o trabalho foi fluindo e eu fui tentando desvendar e lembrar as funções
da mesa.
Muito
chato ter que salvar o input e output patch!
Mas
isso eu já lembrava faz tempo!
Fui
para São Paulo na semana passada para trabalhar numa “audição” do CD 4 Elementos
de Naná Vasconcelos.
Audição?
Isso.
Audição.
O público vai para ouvir as músicas do CD do
artista.
Tem
outros artistas fazendo este tipo de trabalho.
Ano
passado fui convidado para participar da audição do novo CD de Rhaissa Bittar
aqui em Recife.
Naná
Vasconcelos já tinha feito um trabalho destes antes aqui em Recife também, no
Teatro Apolo, é só procurar pelo texto no sistema de busca do Blog.
Inclusive,
neste texto do Apolo eu comento que estava nos planos de Naná levar esta
audição para outras cidades. E foi isso que ele fez.
Neste
do SESC Ipiranga, ele me pediu para ver a possibilidade de ter som no fundo do
teatro, formando um sistema quadrifônico.
Entrei
em contato com os técnicos responsáveis do SESC (Marinaldo e Tarcísio), e fui
informado que isso poderia ser feito.
Naná
adorou a notícia.
Passaram-me
a relação dos equipamentos do Teatro, e pude notar que tinha muito mais do que
eu iria precisar.
Neste
caso da audição, só preciso de dois pedestais, dois microfones Shure SM58, um
monitor de chão e uma mesa de som simples de oito canais com no mínimo dois auxiliares.
Não preciso de CD player porque uso meu laptop.
Com este novo formato quadrifônico, vou ter que
pedir uma mesa com no mínimo 4 auxiliares, mas a grande maioria das mesas de
som nestes teatros são muito maiores que isso.
Na
lista que chegou para mim do SESC Ipiranga, seria uma 02R da Yamaha, mas foi a
DM2000.
Meu
serviço, basicamente, é dar play nas músicas do CD depois da solicitação de Naná
e da confirmação do iluminador Roberto Riegert, que cuida da luz e das projeções.
Existem
vídeos que acompanham as músicas.
Usei
o Cubase 7 para fazer o serviço desta vez.
Na
audição anterior, usei o CD Architect.
Vou
ficar usando o Cubase nas próximas audições porque achei muito mais prático.
Chegamos
à São Paulo na quinta-feira, dia 19, um dia antes do primeiro dos três dias de
audição, que seriam nos dias 20, 21 e 22.
Roberto
Riegert tinha me falado que combinou com o pessoal do teatro para uma visita no
mesmo dia da nossa chegada, e eu pedi para ir também para ver se adiantava alguma
coisa do meu lado.
Nem
sabia se teria gente do som para me atender.
Mas
tinha e eu adiantei muita coisa!
As
fotos que recebemos anteriormente do local não eram nada animadoras, pois era ainda
um local em reforma.
Por
isso tirei várias dúvidas antes com Marinaldo.
Se
o PA seria suspenso, se tinha sub-graves, se a mesa iria ficar na frente, etc.
Ao chegar ao teatro, o mesmo já estava todo
arrumadinho.
Roberto
adiantou uma boa parte da luz e vídeo, configurei a mesa como eu queria e dei
uma escutada no sistema de som.
Tudo
certinho.
Ficamos
de dar uma passada geral no outro dia, já com Naná Vasconcelos e Bella Maia,
que participa da audição dançando numa música.
Foi
tudo tranquilo.
Só
ajustamos o roteiro com Naná, para saber quando entrariam as músicas e os
vídeos, e quando ele iria tocar ao vivo.
Ele
toca três peças ao vivo.
Naná
faz comentários antes da execução de todas as faixas do CD.
Conta
“causos” da sua trajetória artística, conta como e por que foram criadas as
músicas, conversa com o público.
Faz
também algumas intervenções ao vivo enquanto a música é executada.
Isso
torna a audição muito mais interessante, principalmente para os fãs, que
conhecem o lado mais íntimo do artista, contado pelo próprio artista.
Nada
deu errado nos três dias de audição.
Foi
tudo justinho.
Som,
luz, vídeo, dança... Vinhos, polenta, feijoada, frango à passarinho, pastéis,
chocolates, sushi, torrone, beirutes...
Deixe me ver... Se lembro de algo que possa
comentar...
Ah!
Na
DM2000 só tive uma surpresa.
Ela
é boa em dar sustos, eu sei disso.
Inclusive
expliquei para os técnicos da casa algumas pegadinhas da mesa,
pois eles não tinham tanta intimidade com ela ainda.
O
setor de input e output patch costuma derrubar muita gente.
Eu
mesmo levei uma rasteira num dos dias da audição.
Vou
explicar.
Como
Naná usa o mesmo microfone do berimbau para tocar um “talk drum”, eu coloquei
este microfone em dois faders da mesa usando o mesmo input físico.
Os
canais (fader) 2 e 4 da mesa recebiam o mesmo sinal da entrada física número
dois.
Só
que o canal 2 eu ajustava para o berimbau e o canal 4 eu ajustava para o talk
drum.
Fazia
ajustes diferentes na equalização, mandada para os efeitos e para a via de
monitor de Naná.
Quando
Naná tocava o berimbau, eu deixava fechado o canal 4, e quando ele ia tocar o
talk drum eu abria o 4 e fechava o 2. Não podia deixar os dois abertos nunca!
Mas...
Eu esqueci de salvar estas mudanças!
Nesta
mesa você tem que salvar as mudanças feitas no input e output patch numa
livraria separadamente e quando for salvar sua cena geral, tem que informar
qual o input e output patch vai querer que seja carregado quando você chamar
sua cena!
Uma
novela!
E
uma grande “casca de banana” para derrubar qualquer um.
Neste
meu caso foi uma coisa simples, deu para contornar tranquilamente, mas em um
show grande com vários canais, pode dar uma bronca séria, podendo até ser
necessário dar uma parada para ajustar tudo novamente.
Notei
que tinha algo errado quando estava perto da hora de Naná pegar o talk drum, e
quando olhei para o fader na mesa, não tinha mais o nome DRUM no canal.
Olhei
para o medidor de sinal e o canal 4 estava todo apagado, e era para marcar a
mesma coisa do canal 2.
Vi
na hora que não tinha sinal no fader 4 e por isso não fechei o canal 2 quando
Naná foi pegar o “tambor falante”.
Ele
tocou o talk drum com os ajustes para o berimbau mesmo.
Dos
males, o menor!
Fiz
alguns ajustes na hora mesmo e depois voltei os ajustes para o berimbau.
No
final da primeira audição, fiz novamente os ajustes nos dois canais e salvei
certinho na livraria do input patch, salvando novamente minha cena geral.
Poderia
ainda falar que não é imprescindível você salvar o input e output patch na sua
cena geral para dar certo.
É
mais importante salvar certinho o input e output patch na livraria deles.
Mas
não vou entrar em mais detalhes sobre isso porque está ficando chato tanta
explicação técnica.
Se
alguém precisar de mais explicações, deixe nos comentários a pergunta que eu
tento responder. Se eu souber da resposta, logicamente, não é?
No
resto foi tudo uma “marravilha” como diz o cozinheiro da TV por assinatura.
Bella
ainda prendeu o pé na sua poltrona no último dia da audição durante o início de
sua performance, mas nada desesperador. Safou-se rápido. (risos)
Ah!
O
sistema de som era formado por quatro caixas por lado suspensas da Meyer Sound (não
era line array), mais uma caixa por lado de sub-graves da FZ, e uma caixa
amplificada por lado no fundo do teatro.
Foi uma beleza.
 |
Bella Maia em Coco Lunar. |
Observações
que eu poderia fazer?
As
caixas de sub-graves não estão numa posição legal ainda, ficando cada uma numa
distância em relação às caixas do PA.
O
PA poderia ser um line array.
E
a mesa poderia ser uma compacta mais atual e mais amigável, mais prática de se
usar, como uma CL da Yamaha.
Algumas mesas da Yamaha, por estarem na estrada há muito mais tempo que as outras
mesas, são consideradas mais amigáveis.
Tirem desta lista a DM2000 e a PM5D. Não acho tão amigáveis. A DM já falei algumas coisas aqui, e a PM tem umas coisas "chatinhas" também. Tem muitas configurações "escondidinhas"... Gosto muito da superfície da PM, com tudo na cara.
A M7CL foi uma mesa muito vendida no Brasil e a CL é uma descendente desta mesa.
Mas
tem muitas outras opções excelentes no mercado, como a série Vi da Soundcraft, a
série iLive da Allen&Heath, e muito mais.
Se
não for usar mais que 32 canais, aí tem muito mais opções, como Roland,
Behringer, etc.
Segundo
Tarcísio, um dos técnicos do SESC Ipiranga, todas estas três observações que eu
fiz acima estão nos planos do teatro num futuro próximo.
Levei
duas garrafas de vinho e Roberto levou mais duas neste trabalho em São Paulo.
Economizar...
Tem que economizar. Não é?
As
uvas dos camarins dos SESCs continuam espetaculares. Deve ser o mesmo fornecedor
para todos!
O
atendimento também continua espetacular.
É
uma coisa que ainda me assusta, pois nem sempre encontramos essa “vontade do
pessoal da técnica local de fazer a coisa bem feita” na estrada.
E
sempre encontrei esta vontade nas equipes dos vários teatros do SESC de SP.
Isso
inclui desde a atendente na recepção até a pessoa que cuida do camarim.
Resumindo...
Foi
uma festa!
E
logicamente, não sobrou nenhuma garrafa de vinho!
Ainda
compramos duas nas farrinhas que fizemos no bar na rua do hotel.
E
eu matei minha vontade de comer polenta!!!!
Um abraço a todos.