MIMO 2010 – Este ano foram três mixagens diferentes ao mesmo tempo.

Olá pessoal. Não consegui trabalhar no MIMO 2009 por causa das viagens com outros shows ou projetos, mas este ano deu para eu fazer três dias de evento em Olinda. Mais uma vez fui pela empresa de som PA Áudio. Trabalhei nos dias 03, 04 e 05 de setembro. O MIMO deste ano foi de 01 a 07 de setembro. Não pude fazer as outras datas por causa de viagens também. Fui dar uma olhada no texto de 2008 para ver o que mudou. Neste texto comento sobre o MIMO de 2007, que nem lembrava que tinha feito, mas nesta época eu não tinha o Blog para comentar. O Blog nasceu em março de 2008. Não sei como foi em 2009, mas em 2010 a grande diferença que eu poderia comentar foi a presença de duas mesas de som, uma para o som do PA e a outra para o som dos monitores. Em 2008 era só uma mesa para fazer o som do PA e dos monitores e esta mesa ficava na lateral do altar-palco (ou seria palco-altar?). Muito ruim o posicionamento. Eu reclamei muito. Agora com a mesa na frente e só para fazer o som do PA, foi tudo uma maravilha (como diz um cantor amigo meu)! Fiquei mais uma vez no Seminário de Olinda. Segundo a placa que está na subida, o ponto mais alto da Sé. O sistema de caixas era o mesmo que da outra vez que fiz. Quatro caixas amplificadas mais duas caixas de sub-graves. Duas caixas ficavam logo a frente do palco e as outras duas ficavam no meio da igreja e eram usadas como torres de delay. Realmente, não precisava mais do que isso. Para o monitor foi colocada a mesa M7CL e para mim lá na frente estava uma LS9, ambas da Yamaha. No meu primeiro dia de trabalho, teríamos a dupla (SP/AL) de violonistas chamada Duofel. Muito bom. Mais detalhes em: { http://www.duofel.com/ } Eles trouxeram o operador de áudio deles. Por isso não tive muito trabalho. Fiquei só ao lado dele para alguma dúvida. Ele fez tudo. Como no ano de 2008, fora o som que tínhamos dentro da igreja, existia outro sistema de som para o telão que ficava na parte externa e onde ficava o pessoal que não tinha conseguido o ingresso (gratuito) para o show. Já expliquei isso no texto de 2008, mas não custa nada relembrar. Não é bom mandar o mesmo sinal que vai para o som de dentro da igreja para o som da área externa, porque nem sempre precisamos amplificar o som de certos instrumentos para dentro da igreja. Por exemplo: A caixa da bateria. Não preciso colocar muito o som da caixa da bateria nas caixas do PA da igreja. O instrumento já emite um volume considerável de som quando é tocado, e ele já é percebido dentro da mixagem pelos ouvintes. As vezes só preciso colocar um pouquinho no som da frente para ficar legal. Só que este pouquinho é pouco para o som da área externa. Vai ficar baixo o som do instrumento, pois o pessoal lá de fora não vai ter o som acústico do instrumento para ouvir, como tem o pessoal que está dentro da igreja. Para resolver isso, faço outra mixagem independente para o som da área externa. Por um auxiliar da mesa (o som lá de fora estava mono) mando o sinal de todos os instrumentos, com uma mixagem totalmente diferente da que estou usando para dentro da igreja. Escuto este auxiliar no meu fone e vejo como está a nova mixagem. Mando até efeitos (como reverberação) lá para fora, coisa que normalmente não preciso usar dentro da igreja, pois a acústica do ambiente já proporciona (e muito!) esta ambiência. Neste ano, meus amigos da PA Áudio me solicitaram que eu gravasse todos os shows. As gravações seriam entregues à produção do evento para arquivo. Por causa disso, usei mais dois auxiliares da mesa para mandar um sinal (estéreo) para minha placa de áudio e gravei os shows no meu laptop. Neste caso da gravação, como estava estéreo, tinha como brincar com o posicionamento dos instrumentos. Coloquei um violão mais para o lado esquerdo e o outro para o lado direito, por exemplo. Escutava também estes dois auxiliares pelo meu fone para ver como estava a mixagem para a gravação. Por isso, o que eu mandava pelo máster da mesa ia para o som do PA, o que mandava pelo auxiliar 1 ia para o som da área externa, e o que eu mandava pelos auxiliares 3 e 4 ia para meu laptop. Três mixagens (de volumes) distintas. Foi divertido. Poderia até fazer mixagens distintas de volume e de equalização, mas... Procurem pelo texto aqui no Blog falando sobre o show de Tom Zé. Falo sobre isso. Ah! Lembrei de outra coisa. Eu usei outro auxiliar da mesa (auxiliar 5) para enviar o sinal dos instrumentos para as torres de delay independentemente do que era enviado para as caixas principais. A mixagem era a mesma, mas eu poderia baixar ou aumentar qualquer instrumento apenas nas caixas das torres de delay! Tá bom... Já falei muita coisa técnica. Pedi para meu filho escrever sobre o que ele achou do show do Black Eyed Peas. Queria mostrar a visão do show pela ótica de um fã de 15 anos. Mas acho que ele não vai escrever porque está muito enrolado com os estudos. Vai ter que estudar muito para passar de ano. Caso ele escreva algum dia, eu coloco aqui no Blog. Quero é que ele passe de ano! Jamais vou cobrar por um texto para meu Blog. Só achei interessante a idéia. Fiquei curioso para saber como ele viu aquele show. No dia 04 fui remanejado para a Igreja da Sé para operar a mesa digital Venue (da antiga Digidesign, agora Avid). A mesa era outra, mas a configuração de mixagem era basicamente a mesma. A única diferença na Igreja da Sé é que além das duas caixas do PA principal (L/R), dos dois subs e das duas caixas das torres de delay, tinha também um line array (4 caixas) central. O sinal que ia para este line central era a soma do L/R. Eu não tinha como enviar instrumentos separadamente para este line central. Eu só tinha o controle independente do volume geral dele. Neste dia tive bem mais trabalho porque ninguém levou operador e eu tive que fazer o som de todos. Pela manhã teve a apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do RN. Mas pela manhã não funcionam os telões na área externa, e sem telões não precisa do som também. Então me preocupei somente com o som para dentro da igreja e para a gravação. Uma pausa aqui para jogar Nitendo Wii com meu filho. ________ Foi tudo tranquilo com a apresentação da Orquestra Sinfônica. Depois da apresentação saí para almoçar e voltei à tarde para passar o som do grupo Selmer #607 da França. Três violões e um baixo acústico. Para complicar mais um pouco, dois dos violões tinham que ser microfonados. Eles queriam que o microfone para cada um dos violões fosse o SM57 da Shure. Eu e meu amigo Arnaldo (que fazia o monitor) suamos um pouquinho neste dia para organizar as coisas no palco e na frente. Usar microfones para captar e amplificar o som de violões dentro de uma igreja e ainda usar monitores de chão como sistema de monitoração não é lá uma das coisas mais tranquilas de se fazer. Nem tive tempo de tirar fotos do sound check! Interessante o som deles. Gostei muito de fazer o som do PA. O show foi aplaudidíssimo! Quem quiser mais detalhes sobre a galera do Selmer, segue o link: { http://www.selmer607.com/ } Tive problemas com a gravação. Pela primeira vez meu laptop deu umas engasgadas durante a gravação e perdi uma boa parte do show. Mas ainda assim registrei umas músicas que até guardei no meu arquivo pessoal de gravações, pois como disse, achei interessante o som deles. Estava combinado que no outro dia eu já seguiria de volta para o Seminário, mas ainda tive que voltar na Igreja da Sé pela manhã para operar o som da Orquestra Sanhauá (PB). Esta orquestra tem uma formação bastante semelhante à Spok Frevo Orquestra (PE). Inclusive o pessoal da Paraíba falou que a Spok Frevo serviu de incentivo para a formação da orquestra paraibana. Emocionei-me quando o maestro da Sanhauá falou sobre o trombonista Radegundes que faleceu num acidente de automóvel dias atrás e convidou o filho dele para ser o solista de uma música. Acima, o filho de Radegundes participa como solista tocando trompa. Conheci Radegundes no saudoso Estúdio Estação do Som, onde tive os primeiros contatos com a gravação. Ele gravava lá e eu devo ter masterizado algum disco dele. Excepcional músico, gente boa e sempre estava feliz com a vida! Porque sempre morre a galera boa? Tem um monte de gente ruim que só morre de velhice e rico de tanto roubar! Fico puto com isso! Após a apresentação na Igreja da Sé, fui almoçar e segui para o Seminário para passar o som de Cristina Braga & Dado Villa-Lobos. Cristina é a primeira Harpista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e Dado é o guitarrista da extinta banda Legião Urbana. Neste show ainda tinha uma bateria, um baixolão e um teclado. Quem quiser saber o que é um baixolão, segue o link: { http://www26.brinkster.com/basspoint/det_coluna.asp?coluna=Diversos&codigo=46 } Foi neste show que eu mais brinquei com as mixagens distintas. Aqui também não levaram nenhum técnico e eu fiz todo o trabalho de mixagem para o PA, área externa e gravação. Meu amigo Rildo ficou na mesa de monitor. Foi muito legal também este show. A mistura da harpa com a guitarra ficou interessante. O pop com o erudito. Coloca pop nisso, não é? O ponto alto do show não poderia ter sido outro. A galera (principalmente mulheres) foi ao delírio com as músicas da Legião Urbana cantadas por Dado e acompanhadas pela harpa de Cristina. Também guardei a gravação deste show nos meus arquivos pessoais. Todos os shows que gravei, converti para MP3 e passei para Mário Jorge (PA Áudio) para serem entregues à produção da MIMO. Trabalho cumprido. No outro dia viajei com a Bizasom para fazer o SESI Bonecos em Belém, no Pará. Me diverti muito jogando Nitendo Wii com meu filho. Formamos uma dupla para competir com o jogo. Perdemos... Mas rimos bastante! Um abraço a todos.