terça-feira, 19 de março de 2024

Carnaval 2024 - Consegui me safar do corre-corre. (Será?)

 
Mombojó na Praça do Carmo - Olinda - PE.
Olá pessoal.
Depois da agonia da correria do carnaval do ano passado, eu estava decidido a não passar novamente pelo que aconteceu em 2023.
Só não sabia se eu iria conseguir fazer isso, ou como eu iria fazer isso.
Mas tinha ideia do fator que mais influenciou na correria do ano passado, que foram as duas viagens que eu fiz para fora de Pernambuco.
Eu iria tentar fechar shows somente em Recife e Olinda.
Até para ir fazer shows no interior de Pernambuco complicaria muito na logística, pois além dos horários dos shows, tem os horários das passadas de som.
Notei nesse ano que muitos artistas e/ou bandas não estavam querendo passar o som.
(Eu adoro fazer soundcheck! Viu?)
Isso facilita para os profissionais que são freelancer, onde podem fechar mais de um trabalho por dia, como é meu caso.
Mesmo assim, eu não arrisco em fechar trabalhos em palcos diferentes, mesmo sabendo dos horários antecipadamente.
Por que?
Por que esses horários podem mudar em cima da hora, ou muitas vezes existem atrasos na programação.
Fora isso, ainda tem o grande problema do deslocamento entre os palcos, mesmo se o profissional tem carro.
Tudo é muito complicado nesse deslocamento, como engarrafamentos gigantes, não tem onde estacionar esse carro, ou não pode nem chegar perto do palco com esse carro, como é o caso em Olinda, onde só os táxis podem chegar perto, pois tem um bloqueio a quilômetros de distância do palco principal.
Nem Uber/99 passa!!!
Usar moto? Jamais!!!!!!!
Sei que muitos colegas e amigos da profissão fazem isso, mas eu não tenho mais coragem para tal aventura, e nem acho que vale o risco!
Tenho certeza absoluta que não vou ficar rico por causa de 2 shows, e nem mais pobre porque deixei de fazer 2 trabalhos.
Passo o trabalho para outro, tranquilamente.
Eu até faço mais de um show no dia, mas... Esses shows tem que ser no mesmo palco!
E seria essa a linha de pensamento para fechar meus trabalhos nesse carnaval de 2024.
Eu até usei essa linha de pensamento em 2023, mas acabei fechando shows onde teria que viajar para fora de Pernambuco.
Aí complica duas vezes. Complica a logística do outro dia, e nesses shows fora, normalmente só consigo fazer um show por dia!
Agora em 2024, bem antes das datas do carnaval, fechei antecipadamente quatro shows com a Fina Produção, que responde pelos shows de Siba e Mestre Ambrósio.
Eu só não não sabia dos locais dos shows ainda, e poderia novamente acontecer de ter shows fora.
Só me restava torcer para que todos os shows fossem em Recife e Olinda.
Por isso não aceitei outros convites para trabalhos no carnaval, tive que aguardar pelos locais dos shows de Siba e Mestre Ambrósio.
Show de Siba no Pátio de São Pedro. Recife - PE.

Quando eu fiquei sabendo dos palcos onde eles iriam se apresentar, divulguei para outras produtoras, para algumas bandas e técnicos em que palco eu iria estar nos dias de carnaval.
Todos iriam acontecer em Recife e Olinda!!! (Uh uhhhhhh)
E à partir disso, fechei os outros trabalhos, sempre nos mesmos palcos.
Comecei meus shows do carnaval no dia 4 de fevereiro com a banda Mombojó na Praça do Arsenal.

Show de Mombojó na Praça do Arsenal - Recife - PE.

Mesmo com o soundcheck sendo um pouco corrido, tudo transcorreu bem nesse dia.
Por mim, quero sempre passar o som antes.
Falei um pouco desse show aqui em postagem anterior.
Não vou entrar nos detalhes de cada show, pois minha intenção maior nessa postagem é falar mais da logística, que me ajudou a passar mais suavemente pelo carnaval.
Olhando aqui na agenda dos trabalhos que fiz em fevereiro, vi que acabei nem falando do trabalho no Porto Musical!!!!
Até comentei numa postagem anterior que eu não sabia se iria falar sobre esse trabalho...
Tinha até umas coisinhas para falar desses dois dias de Porto, operando o monitor do evento.
Nenhum artista levou técnico de monitor, como já esperávamos.
Posso comentar que foi muito bom voltar a fazer o evento, onde participei da primeira edição há muitos anos, e de muitas outras que vieram depois, quando era a PA Áudio a empresa responsável pelo sistema de som e luz.
Passei depois um bom tempo sem fazer, e acabei recebendo o convite para fazer o desse ano.
Jemba Groove no Porto Musical - Praça do Arsenal - Recife - PE.

Tenho o maior carinho pelo Porto Musical.
Mesmo com cinco artistas por dia, não tivemos agonia nos dois dias de shows.
A equipe montada por Adriano Duprat era bem "afiada", e tudo transcorreu muito bem.
Recebemos vários elogios dos artistas e bandas que passaram pelo palco.
Muito bom!
Acabei até usando o "Plano X" para a monitoração com inears, coisa que há muito tempo ouvia falar, vários amigos me falaram pra usar, mas eu nunca tinha usado.
Adriano com poucas palavras me convenceu a usar, numa explicação breve antes do soundcheck onde todos da banda iriam usar inears.
(O certo é In-ear, com hífen, mas por preguiça, resolvi juntar tudo. Como faço também com Soundcheck. O correto é escrever Sound Check. Economizo também em Show Time, onde só coloco Showtime.)
Durante o evento, falei para Adriano que nunca mais deixaria de usar o Plano X!!!
Se eu tivesse feito como sempre faço, ainda estaria lá no Arsenal ajustando o som dos inears dos músicos!
Em postagens futuras falo mais detalhadamente sobre esse método, e de como ele facilita o trabalho do técnico de monitor.
Facilitou e muito o meu!!!
Voltando ao carnaval...
Onde parei mesmo?
Deixa eu ver...
Dia 04/02 fiz Mombojó, um dia depois do Porto Musical, e depois fiz Martins no dia 09/02, e nesse mesmo dia fui operar o monitor de Mestre Ambrósio no palco da Praça do Arsenal.
Show de Martins na festa Segura o Briefing - Recife - PE.

Oxe. E eu não falei lá em cima que só fecharia shows no mesmo palco?
Só aceitei fazer esses dois trabalhos no dia 9 de fevereiro porque o show de Martins era bem cedo (17h), e o show de Mestre Ambrósio (MA) estava marcado para começar à meia-noite, a banda não iria passar o som, e o palco era bem próximo do local do show de Martins.
Precisando, eu poderia ir andando até a Praça do arsenal, onde aconteceria o show de MA.
Aí aceitei os dois trabalhos sem medo de acontecer algum problema de logística.
E deu tudo certo mesmo.
Passei um bom tempo ainda aguardando pela hora do show de MA no Arsenal.
Como decidi há muito tempo não trabalhar no Galo da Madrugada, fiquei em casa no dia 10/02 bebendo meu vinho, e vendo toda a agonia pela TV, conversando pelo WhatsApp com os técnicos que estavam trabalhando e passando pelos famosos e já conhecidos "perrengues" no famoso evento com trio elétrico!
Até hoje, nunca me arrependi dessa minha decisão.
Vou parar um pouco aqui, pra ver um jogo da Champions League.
Mais tarde eu volto.
----
Vixe!
Hoje já é segunda-feira! (Já estou na terça)
Fiz até um trabalho com a Academia da Berlinda no sábado que passou, operando o monitor do show em João Pessoa.
Devo falar desse trabalho.
Deixa eu ler o texto todo, pra ver o que falei e onde parei...
Ok... Depois de passar o sábado de carnaval vendo a confusão do Galo da Madrugada na TV, me organizei para os shows do outro dia, que seriam no palco do Pátio de São Pedro em Recife.
Eu iria operar o monitor de Alessandra Leão e Otto, e também iria operar o PA do show de Siba.
Só Otto iria passar o som.
Mas depois da apresentação dele no Galo, resolveram que não iriam passar o som no Pátio de São Pedro.
Todo mundo estava completamente esgotado por causa do evento.
Eu já esperava por essa decisão!!!
Nem me assustei.
Show de Alessandra Leão no Pátio de São Pedro - Recife - PE.

Falei então com o produtor de Otto para manter o horário marcado, para eu ir lá passar as coisas no palco, mesmo sem a banda.
Ele adorou a ideia.
Como não tinha um técnico responsável exclusivamente pela plugação dos canais das bandas, que chamamos de "patchman", o diretor de palco me falou que seria um input para todas as bandas.
Mas já no sábado, ele me informou que eu iria ligar o input de Otto, e todas as outras bandas iriam seguir esse input.
Ok. Falei então pra ele que eu iria fazer a cena de Otto em casa no editor offline da mesa de som.
Passei essa cena para a mesa no outro dia, e fui checar todos os monitores e canais que iríamos utilizar no show.
Na hora do show, eu iria fazer os ajustes com a banda tocando.
Marquei todos os monitores, e salvei na biblioteca da mesa de som (PM5D da Yamaha) todas as equalizações de cada monitor (vias) e do side.
Não fiz cenas para os shows de Siba e Alessandra, porque a plugação dos canais iria seguir a plugação dos canais de Otto.
Como eu iria fazer o monitor de duas bandas, consegui convencer a produção de Siba para eu ficar também no monitor, pois já estaria sabendo como tudo estava funcionando.
E assim foi.
Operei também o monitor do show de Siba, que estava programado para eu operar o som do PA.
Com essa cena de Otto feita, fiquei esperando pela hora dos shows.
Não voltei para casa.
Teve até um probleminha no dia, pois um técnico de uma banda não seguiu o que foi acordado, e ligou as coisas no palco de acordo com a cena dele.
Mas nem vou entrar nos detalhes dessa pequena confusão.
Eu só iria começar quando tudo chegasse onde foi combinado.
Nem esquentei muito a cabeça.
E foi assim que eu fiz.
Vou tentar explicar como fiz os três shows.
Lembrando que nenhum dos três teve soundcheck.
Só ajustei os monitores e side ao meu gosto, com o input de Otto, e em cima disso eu iria fazer os ajustes finais com todos os artistas na hora do show!
Todos os monitores estavam marcados, e eles poderiam ir para qualquer lugar do palco, mas sempre com os mesmos cabos que vinham da mesa.
Era só me avisar quem iria usar o monitor.
Não poderia mudar a ligação dos monitores.
Como assim?
Imaginem o monitor 4 recebendo o sinal do cabo da via 6...
O monitor 4 iria receber a equalização que eu fiz para o monitor 6, porque eu salvo a equalização das vias na biblioteca da mesa de som. Já complicava tudo!!! Equalização (EQ) errada no monitor.
O cabo que entra no monitor tem que ser o mesmo da via que vem da mesa.
Monitor 4 recebe o cabo da via 4, e assim por diante.
Nesse caso do monitor 4 com o cabo 6, além da EQ errada, se alguém me pedisse pra aumentar alguma coisa na via 4, que era o número que ele estava vendo no monitor, essa mudança de volume iria para outro monitor, pois esse 4 estava recebendo o sinal da via 6!!!
Rolo grande!!!!
Com ele ligado corretamente, com o cabo com a mesma numeração, que foi o que eu fiz nos ajustes para o show de Otto, era só me falar o número do monitor, que eu anotava qual músico estaria usando aquela via nos outros dois shows.
E foi assim que eu fiz todos os três shows nesse dia no Pátio de São Pedro.
Se não me falha a memória, comecei com Alessandra Leão, depois foi Siba, e no final foi o show de Otto.
Onde era o baixo de Otto, seria o baixo para os outros dois shows, onde era guitarra de Otto, seria a guitarra dos outros, e assim a gente foi montando as cenas dos três shows da noite.
Na hora, checávamos todos os canais e vias, e eu distribuía tudo para os músicos.
Funcionou.
Meu receio é que os artistas decidam não passar mais o som de jeito nenhum no carnaval!
O que eu não acho legal, como já falei várias vezes.
Mas...
Eu até entendo a razão deles. Só não concordo.
No outro dia, seriam três shows no palco da Praça do Carmo em Olinda.
E eu usei o mesmo método do Pátio de São Pedro.
Ou quase o mesmo...
Show da Mombojó na Praça do Carmo - Olinda - PE.

No palco em Olinda teria um "patchman" para fazer as ligações de todas as bandas.
Como tinha patchman no Porto Musical e no Palco do Arsenal no carnaval.
Sandro Delay era o responsável por essas ligações no palco da Praça do Carmo em Olinda.
Ou seja... Eu poderia montar as cenas dos três shows que eu iria fazer, usando o input certinho de cada artista.
Sandro Delay no patch.
Shows de Siba, Mombojó e Otto.
Otto e Siba não iriam passar o som.
Mas tinha hora agendada de soundcheck para Otto e Mombojó.
Fiz a mesma coisa do dia anterior com Otto nesse show dele em Olinda.
Mas...
Usei a cena do show anterior, onde já estava com os envios dos sinais dos instrumentos e vozes para as vias dos músicos!
Era também uma PM5D da Yamaha no monitor do palco na Praça do Carmo.
No horário do soundcheck de Otto, fiz o mesmo procedimento com os monitores e side sem a banda, salvando as equalizações na biblioteca da mesa, e marquei todos os monitores.
Igualzinho como fiz no outro palco do dia anterior.
Mas chequei também vários sinais de vozes e instrumentos nas vias dos músicos, aproveitando que a cena já tinha esses envios de sinais.
Mesmo sem a banda participar do soundcheck, pude adiantar bastante coisas no palco.
(Espero que eles não leiam esse meu texto...)
Quando passei a cena de Otto logo que cheguei no palco, passei também a cena de Siba e de Mombojó.
A cena de Siba era a mesma do show no Pátio de São Pedro?
Não.
Porque lá não foi respeitado o input list do artista.
Os canais foram ligados fora da ordem.
Mas aproveitei a cena de Mombojó do show na Praça do Arsenal, porque o input seria igual nos dois shows.
Como Mombojó foi passar o som, tudo ficou bem mais fácil.
Input list é a relação dos canais da banda (instrumentos e vozes) que devem ser ligados nos seus respectivo lugares.
Siba - Input List.

Essa relação está dentro do Rider Técnico do artista, que contém muito mais detalhes, e que é enviado com antecedência para a produção do evento.
Por causa disso não usei a cena de Siba do dia anterior, mas poderia ter usado, se eu resolvesse mudar a ligação dos canais digitalmente na mesa se som.
A equipe do palco seguiria o input list de Siba, e eu mudaria digitalmente essas entradas dos canais da cena do dia anterior, porque não iriam bater com a relação dos canais que a produção de Olinda recebeu.
EX: A voz de Siba no input list dele é no canal 16, mas no show anterior essa voz foi ligada no canal 31.
Caso eu usasse a cena do show de Siba do dia anterior, eu poderia ir no canal 31 dessa cena do Pátio, e indicaria digitalmente para ele receber o sinal da entrada 16, que era onde o pessoal do palco iria ligar o microfone da voz dele, seguindo o input list normal do show.
Poderia fazer isso em todos os canais, mas...
Funcionaria numa emergência, mas o risco de dar confusão é absurdamente alto!
Por isso resolvi usar uma cena nova, seguindo o input list original de Siba.
Fiz essa mudança digital nas vias dos monitores, mas nos canais achei que iria complicar mais do que ajudar.
Do mesmo jeito que existe o Input List, tem também o Output List, onde indicamos as saídas da mesa com suas respectivas vias de monitor para os músicos.
Abaixo mostro o Output List de Otto e Siba.



Vão notar que é completamente diferente, pois cada um foi feito por um técnico, que não foi eu.
(Depois vi que o Rider de Otto foi eu que montei)
Quando sou eu que faço o Rider Técnico para um show que eu vou operar o som, já coloco as vias do jeito que eu sempre usei, desde quando fazia o monitor da Banda Versão Brasileira, em meados dos anos 90.
Que é assim: 1- Centro (cantor) / 2- Baixo / 3- Guitarra / 4- Teclados / 5- Percussão / 6- Bateria / 7- Subgrave Bateria... Se tiver mais músicos, escolho o que vou colocar na via 8 em diante.
Mas uso esse output básico até hoje, pois não preciso olhar anotações nem pensar muito na hora do show, para saber qual o músico está usando a via 6. Vai ser sempre o baterista.
Como vocês notaram nas duas imagens acima, o output de Otto é totalmente diferente do de Siba.
Nenhuma via de um coincide com a via do outro, né?
Diferentemente do que fiz no Pátio, aqui eu tinha uma cena para cada show, seguindo à risca os Riders dos artistas., inclusive nas vias de monitores.
E não foi coincidência o output de Otto ser parecido com o que uso sempre, pois eu montei o Rider dele para o carnaval, conversando com o produtor para ver como seria esse show.
Show de Otto na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Depois de receber os detalhes, aproveitei o mapa de palco e coloquei as outras informações.
E como eu fiz com as vias em cada show?
As vias ficaram na mesa exatamente como estavam nos riders das três bandas!
Eu só mudei digitalmente por onde cada via ira sair da mesa.
Seguindo o output de Otto, onde todos os monitores estavam marcados, fiz as mudanças digitalmente na mesa.
Qual era a via de monitor do baterista em Siba? Via 1 (Out 1).
Mas em Otto eu usava a via 6 (Out 6) com o monitor 6.
Então meu amigo Todo Duro, um dos responsáveis pelas ligações no palco, levou o mesmo monitor 6 para o baterista de Siba que estava saindo pelo out 6 da mesa pela via 6.
Então fui na via 1 da mesa na cena de Siba, que era a via do baterista, e coloquei o out 6 para essa via 1.
Não precisou desconectar/conectar cabo algum na mesa.
Fiz a mudança digitalmente.
Todo Duro poderia levar qualquer via com seu monitor para o baterista de Siba, que eu mudaria no patch digital da PM5D.
E mesmo sem ter a via de subgrave para a bateria no Rider de Siba, colocamos a mesma via 7 (Out 7) de Otto para o baterista de Siba também, usando a única caixa de subgraves disponibilizada para esse serviço.
Fiz essas mudanças digitais das vias em Siba e também na cena da banda Mombojó, que fez o soundcheck com banda completa antes do show.
Como eu salvei as equalizações dos monitores (vias) e side na biblioteca da mesa durante os ajustes para Otto, quando eu chamava a cena do outro artista, era a primeira coisa que eu fazia; colocava as equalizações nas vias e no side da nova cena.
Eu não ia checar novamente monitor por monitor. Eram os mesmos!
Espero que eu tenha conseguido explicar direito isso.
Quem é da área deve ter entendido perfeitamente.
Mas minha prioridade são os leigos. (Risos)
Pois foi isso...
Foi assim que eu fiz esses três shows no dia 12 de fevereiro em Olinda.
E no dia 13 eu usei o mesmo método nos meus três últimos shows do carnaval, sendo um com o Mestre Ambrósio, e dois com a Banda Eddie.
Os dois primeiros shows foram no mesmo palco em Olinda, com o Mestre Ambrósio e Banda Eddie.
Só que a Banda Eddie passou o som.
Mestre Ambrósio não.
Show de Mestre Ambrósio na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Eu até já tinha passado a cena da Eddie para a mesa, mas recebi a notícia que me mandaram o rider errado, porque tinha um acréscimo de canais.
Mas deu para resolver rápido, coloquei esses canais depois do último.
Ajustei a cena no meu laptop, enquanto aguardava a nossa hora do soundcheck, e passei para a mesa via cabo USB quando chegou nossa vez de passar o som.
Não deixo de andar com o laptop nos meus trabalhos, mesmo sabendo que o risco é grande de perdê-lo num assalto.
Ele é uma ferramenta importante, que pode ser usado para transferir as cenas pra mesa, posso editar cenas no editor offline sem usar a mesa, como fiz com a Eddie, e também serve para converter cenas das mesas da Yamaha.
Sei que corro um risco, mas sempre levo-o comigo na mochila.
Ahhh! Usei a mesma cena do show de MA na Praça do Arsenal para iniciar esse show no palco de Olinda, que aconteceu antes do show da Banda Eddie.
Não preciso dizer que tanto no Arsenal, como em Olinda e no palco do Pátio de São Pedro, era uma PM5D da Yamaha no monitor, né?
Logo depois do show da Eddie, segui direto com a banda para o palco no Pátio de São Pedro onde ajustamos tudo na hora do show, sem passar o som.
Mas uma vez aceitei dois shows em palcos diferentes.
Nesse caso, eu iria sair com a van da Eddie de um palco para o outro, não tinha como deixar alguém na mão.
Chegando lá, na nossa hora, eu dei um LOAD na cena de Otto, que eu tinha deixado na mesa, e que estava por segurança ainda no meu cartão PCMCIA, mídia onde salvamos as cenas da PM5D.
Em cima dessa cena de Otto, ligamos os canais da Eddie, e distribuímos os monitores, que ainda estavam com as minhas marcações, pois avisei no meu primeiro dia que eu estive lá, que voltaria no último dia de carnaval.
O show começou meio agoniado, mas a gente foi ajustando as coisas no palco durante o show, e todos sobreviveram!!!
E foi no Pátio de São Pedro que fiz meu último trabalho nesse carnaval.
Até falei na longa introdução dessa postagem, lá em cima, que não iria entrar nos detalhes de cada show... Mas não tinha como deixar de falar como fiz esses trabalhos no carnaval.
Realmente não falei dos detalhes da cada show, mas mesmo assim ficou bem logo o texto.
Mas foram 14 trabalhos no mês de fevereiro... Então está até bom o "resumo longo"! (Risos)
Fazendo uma conta rápida, acho que o resultado foi bastante positivo.
Isso eu falo só dos shows no carnaval, viu? Vou deixar de fora o trabalho no Porto Musical.
(Que achei excelente, diga-se de passagem...)
Deu muito certo para quase todos os shows nesse período "de folia".
Uns acharam maravilhoso o resultado, e pelo que notei, dificilmente vão querer fazer soundcheck no próximo carnaval! (Infelizmente)
Soube que teve músico de banda que achou que deveria ter feito soundcheck antes... (Tem meu apoio)
Teve também artista agradecendo depois do show, mesmo sem passar o som, pois ele tinha se apresentado no mesmo palco no ano anterior, mas não levou técnico de som e foi um verdadeiro caos!
É muito bom ter o trabalho reconhecido.
Lógico que apareceram alguns "perrengues" técnicos, como via de multicabo com defeito, microfones "suspeitos"...
Na correria, melhor ligar MONO, porque é menos um cabo para dar problema... Coisas desse tipo.
Microfone headset que alugamos dando problema, mas foi no encaixe do plugue...
E teve meu erro absurdo no canal do bumbo no palco de Olinda!!!
Ainda bem que foi no soundcheck.
Essa eu tenho que falar também.
Perto do fim do soundcheck da banda Mombojó, o som do bumbo da bateria sumiu do palco!
Neno, diretor técnico do palco, olha pra mim e avisa que o bumbo sumiu!
Oxe. Olho para a mesa e tá lá o canal do bumbo modulando, mas realmente não tinha mais o som dele no palco e também no meu fone, quando eu dei o SOLO no canal.
Como pode?
Tá modulando na mesa mas não tem som?
Na agonia, fizemos coisas que nem deveríamos fazer, como trocar microfone, trocar cabos, trocar via de multicabo...
O canal estava modulando, então o som estava chegando na mesa.
Pode ser o DCA fechado. Não era, pois eu sabia que não estava usando canais no DCA.
O soundcheck já tinha terminado, mas a gente tinha que descobrir onde estava o problema (ou erro?).
Foi quando meu amigo Sandro Delay gritou: --- Olha o GATE!!!!!
Já fui para o gate quase com a certeza de que ele tinha acertado onde estava o erro.
Principalmente porque eu lembrei que estava mexendo nos compressores perto do momento em que o bumbo sumiu.
E o compressor fica ao lado do GATE.
Por um descuido, mexi no threshold do gate em vez do compressor, e acabei fechando completamente o gate (portão), impossibilitando a saída do som para qualquer lugar do palco, e para meu fone também, logicamente.
O som do microfone chegava no canal normalmente, mas eu estava processando esse sinal com o gate, equalizador, compressor, e esse sinal vai para todo canto processado, a não ser que você envie esse sinal por um caminho chamado DIRECT OUT, que vai do jeito que entrou na mesa, puro.
Se eu cortar todos os graves do canal no equalizador, todos vão ouvir o som sem os graves.
Se eu fechar completamente o gate, o som não vai sair.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Já fui com a mão para o botão do threshold falando para todo mundo que a merda foi minha!
Erro resolvido!!!!
Foi um erro e não um problema.
Ainda bem que não foi durante o show!!!!
Eu já tinha me lascado uma vez operando o PA de Silvério Pessoa na Europa há muitos anos, por causa do VCA da mesa.
VCA mesmo! A mesa era analógica!!!!
DCA é em mesas digitais.
Não vi que o VCA estava desligado por causa do sol das 19h. (Escurece tarde mesmo)
Começou o show e cadê a trilha de abertura???
Mesma coisa. Canal modulando na mesa e nada de som.
Com o técnico gringo me ajudando, fazendo a sombra com as mãos em cima da mesa, foi que notamos que o VCA estava fechado!
Não dava pra ver a luz vermelha acesa (MUTE) com o sol batendo na mesa.
Sempre aprendendo.
Show de Mestre Ambrósio na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Mesmo eu falando de muitas correrias aqui nesse texto, até uma que aconteceu quase duas décadas atrás, bem longe da minha casa, ainda achei que esse carnaval não foi tão corrido como o do ano passado!
Me safei. (Será?)
Podem acreditar!
Até vinho eu bebi no sábado de carnaval no sofá da minha casa, com queijinhos, azeitonas e salaminho...
Em pleno sábado de carnaval? E ainda porque eu escolhi não trabalhar no Galo, né?
Oxe. Foi relax demais!
Um abraço a todos.

PS: Mas a pergunta que não quer calar: Por que as empresas de som não colocam os equipamentos que estão no documento da licitação?

PS2: Que resumo longo da porra!!!! Foi mal. Me empolguei...

Nenhum comentário: